Investigação da PF sobre Arena Pernambuco terá provas da Lava Jato e mostra que a corrupção está em outras grandes obras.
Superfaturamento da Arena Pernambuco na mira da PF e da Lava Jato |
Moro: rede de corrupção pode abranger outras obras
Juiz Sérgio Moro: "É possível, e inclusive provável, que o contexto de criminalidade seja maior" |
“Pelo relato do solicitante, as empreiteiras envolvidas no procedimento licitatório da Arena Pernambuco são as mesmas responsáveis pelos crimes que vitimaram a Petrobras. É possível, e inclusive provável, que o contexto de criminalidade seja maior, atingindo outras grandes obras como hidrelétricas, rodovias, metrôs ou, como no caso em tela, estádios de futebol. Igualmente provável que provas de interesse a estas investigações tenham sido fortuitamente colhidas no bojo das apurações relacionadas à Operação Lava Jato”, enfatiza o despacho de Moro, que data de maio.
Governo de Pernambuco: total apoio
Paulo Câmara, governador de Pernambuco |
O documento também informa que o estádio “teve como marca a transparência em todo o seu processo de construção”.
Na nota enviada à imprensa, o Governo de Pernambuco afirma que a Arena Pernambuco custou R$ 479 milhões. Porém, indícios de irregularidades na construção do estádio levaram a Polícia Federal a deflagrar, em agosto do ano passado, a operação Fair Play. As suspeitas são de que a obra, estimada em R$ 796 milhões, pode ter sido superfaturada em R$ 42,8 milhões – o valor atualizado passaria de R$ 70 milhões.
Além da Copa do Mundo 2014, a Arena também recebeu a Copa das Confederações 2013 |
PF diz que também houve fraude na licitação da Arena Pernambuco, com favorecimento para a empresa Odebrecht |
No dia 4 de março deste ano, o Governo de Pernambuco anunciou a rescisão do contrato de concessão da Arena Pernambuco, que era administrada pela Arena Pernambuco Negócios e Participações, consórcio liderado pela Odebrecht. Um estudo feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) a pedido do poder estadual embasou a decisão.
Uma análise do aspecto econômico do contrato da parceria público-privada, seus custos, suas receitas, apontando caminhos para a execução ou rescisão contratual foi realizada pela FGV. De acordo com o governo, o estudo apontou que “a frustração de receitas decorreu da subutilização do equipamento” e, por isso, foi tomada a decisão de rescindir o contrato.
Na mesma data do rompimento do contrato de concessão, foi divulgado um estudo do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) apontando 21 irregularidades no contrato de construção e exploração da Arena Pernambuco. O relatório constatou que foram gastos R$ 90 milhões a menos que o gasto calculado pelo consórcio, de R$ 479 milhões. Segundo os auditores, o acordo seria lesivo ao estado, por isso a extinção do contrato foi solicitada.
Da Redação CN