terça-feira, 24 de maio de 2016

Nordeste ganha mais uma área produtiva de soja, SEALBA, envolvendo Sergipe-Alagoas-Bahia.

Sealba: nova fronteira da soja no Nordeste, nos estados de Sergipe, Alagoas e Bahia
Dentre as regiões agropecuárias do Nordeste do Brasil, a região formada por municípios dos Estados de Sergipe, Alagoas e Nordeste da Bahia, foi identificada pela Embrapa Tabuleiros Costeira como de potencial agrícola, ainda pouco explorado. Essa organização territorial denominada de "SEALBA", é a nova fronteira agrícola para a soja no Nordeste. Composta por 171 municípios, o SEALBA apresenta como um dos principais diferenciais, época de plantio diferenciada em relação ao Centro-Sul e ao MATOPIBA. Saiba mais!!


Projeto foi apresentado ao governador de Sergipe, Jackson Barreto
Projeto do Sealba foi apresentado ao governador de Sergipe
   
O chefe-geral da Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE), Manoel Moacir Macedo, foi recebido pelo governador Jackson Barreto na quarta passada, 18 de maio, em seu gabinete. Acompanhado pela chefe de Administração, Aline Moura, e o coordenador do Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC Embrapa), João Quintino, ele apresentou os resultados da gestão da Unidade da Embrapa no últimos meses e as perspectivas para produção e exportação de soja em Sergipe.

Moacir entregou ao governador um documento-síntesecom os destaques e principais realizações da gestão da Embrapa Tabuleiros Costeiros nas áreas de Pesquisa e Desenvolvimento, Comunicação e Transferência de Tecnologias e Administração e Suporte. que foi distribuído na última reunião de gestores da Embrapa, em Brasília na semana do aniversário da Empresa, no final de abril.

O encontro serviu para que Macedo apresentasse a proposta 'SEALBA - região de alto potencial agrícola do Nordeste - nova fronteira agrícola', que busca agregar ações de pesquisa e políticas de Estado para fomentar a produção de grãos de alto valor comercial. O foco principal é na introdução da soja como alternativa comercial combinada ao milho, já tradicional na região, em áreas de Sergipe, Alagoas e Bahia (representados pela sigla SEALBA), com a facilidade de escoamento da produção para o exterior através do Porto de Sergipe.

Merecem destaque entre as potencialidades para grãos na região as vantagens logísticas de se ter um terminal portuário próximo às áreas de produção, o que reduz significativamente os custos de frete, combinadas aos excelentes resultados dos ensaios realizados pela Embrapa nos Tabuleiros Costeiros e Agreste de Sergipe, com dezenas de cultivares superando as médias nacionais e produtividade.

O governador agradeceu a visita e informou que o secretário de Agricultura do Estado, Esmeraldo Leal, já está na expectativa desse trabalho experimental no cultivo da soja. "É importante agora conhecermos a experiência da Embrapa nas áreas de cultivo experimental. O governo se tranquiliza com esse excelente trabalho realizado pela Embrapa. Nós sabemos como é importante essa parceria", disse Jackson Barreto.

Leia abaixo o sumário executivo da proposta SEALBA elaborada por pesquisadores e analistas da Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE)


SEALBA - região de alto potencial agrícola do Nordeste - nova fronteira agrícola

Dentre as regiões agropecuárias do Nordeste do Brasil, a região formada por municípios dos Estados de Sergipe, Alagoas e Nordeste da Bahia, foi identificada pela Embrapa Tabuleiros Costeira como de potencial agrícola, ainda pouco explorado. Essa organização territorial denominada de "SEALBA", termo formado pelas siglas dos Estados de Sergipe, Alagoas e Bahia, é constituída por 171 municípios, sendo 69 municípios localizados em Sergipe, 74 em Alagoas e 28 no nordeste da Bahia e com uma população aproximada de 5 (cinco) milhões de habitantes. Destaca-se que 33,2% da área do SEALBA estão no estado de Sergipe (1.707.815 ha), 36,1% em Alagoas (1.859.438 ha) e 30,7% na Bahia (1.581.688 ha), totalizando 5.148.941 há.

O território é composto basicamente por dois tipos de biomas. Na porção mais próxima do litoral, predomina a Mata Atlântica com 68% do território. Na porção interiorana, realça a Caatinga com 32% do referido território. De forma geral, a área agrícola do SEALBA é formada por propriedades de 100,1 a 500,0 hectares. Todavia propriedades de 10,1 a 50 ha formam um grupo representativo desse território.

O principal critério para delimitar o SEALBA, recaiu sobre a ocorrência de chuvas em volumes superiores a 450 mm, no período de abril a setembro. Essa precipitação pluvial é suficiente para o cultivo de grãos, característica identificada como de alto potencial para a expansão agrícola do SEALBA.

A partir dessa realidade, a Embrapa Tabuleiros Costeiros propõe a intervenção do Estado nesse território, com potencial de utilização superior a quatro milhões de hectares, localizado estrategicamente, e com uma logística de estradas, organizações de pesquisa e rede de inovação, mercado consumidor, governança estatal e terminais portuários. Além disso, realçam os baixos índices de desenvolvimento social e econômico numa das regiões mais pobres do País, carente de políticas públicas para a produção de alimentos e energia, além de possibilitar o crescimento das exportações e promover uma mobilidade social para uma nova classe média rural no Nordeste Brasileiro.

Esse território carece de um zoneamento de risco climático para a cultura da soja (já em finalização pela Embrapa e em vias de ser publicado pelo Ministério da Agricultura); de unidades de armazenamento e cooperativas de produtores rurais, sendo pouco contemplada por política públicas, pois a grande maioria é voltada à convivência com a seca na região do Semiárido.

Como diferencial, dentro de um modelo de intervenção que conjuga a visão de desenvolvimento territorial e sustentável, o SEALBA apresenta as seguintes vantagens: época de plantio diferenciada em relação ao Centro-Sul e ao MATOPIBA. Possibilidade de se tornar um polo de produção de sementes de soja e de culturas irrigadas na região do Baixo São Francisco, principalmente, fruteiras e arroz. Expansão do cultivo de grãos e ILPF em áreas de pastagens degradadas. Aptidão para a produção de gramíneas energéticas, como cana-energia, capim-elefante e sorgo, além da produção de fruteiras nativas e raízes e tubérculos. Ademais, destacam-se a existência de usinas sucroalcoleiras, agroindústrias como o Grupo Maratá, Aurantiaca, Coringa, GranBio, SABE Alimentos, Bahia Specialty Cellulose/Copener esta última, localizada em Camaçari-BA, mas com a maior parte da sua área de produção de eucalipto dentro da região do SEALBA.

Da Redação CN
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